quinta-feira, 25 de maio de 2017

A PLURALIDADE DE ARIANO SUASSUNA

A série original contempla a obra dos brilhantes autores pernambucanos, mas com tantos talentos de alma pernambucana, resolvemos expandir os limites da nossa série e prestigiar esses nomes que não nasceram em nosso estado, mas enriqueceram a nossa história. 


Para começar a nova fase da série, vamos saber um pouco mais da vida e obra de um autor completo em sua pluralidade: Ariano Suassuna.  Nascido em João Pessoa - PB, em 1927, foi romancista, dramaturgo, poeta e professor.  
Após a morte de seu pai, na década de 30, o poeta se mudou para o Rio de Janeiro com sua família, onde estabeleceu o primeiro contato com o teatro. Alguns anos depois, em 1942, o autor veio para Recife e começou a trilhar seu caminho: ingressou na Faculdade de Direito do Recife e escreveu suas primeiras peças. 
A obra de Suassuna foi o ponto de partida do Movimento Armorial, conceito que cria uma arte formal a partir de elementos da cultura popular do Nordeste. 
Dentro de sua produção, títulos como “O Santo e a Porca”, “A Pena e a Lei e “O Auto da Compadecida” merecem destaque. A última, em especial, foi adaptada para a televisão, para o cinema e ficou conhecida em todo o Brasil.  
O poeta ocupou lugares na Academia Pernambucana de Letras, Academia Paraibana de Letras e Academia Brasileira de Letras. Ele recebeu os títulos de cidadão pernambucano e paulistano.                                               Ariano Suassuna faleceu em 2014, após sofrer um AVC do tipo hemorrágico.   

segunda-feira, 8 de maio de 2017

O SAMBA E A POESIA DE ANTÔNIO MARIA

Antônio Maria nasceu em Recife, na década de 20, e construiu uma carreira que caminhou por alguns vértices: foi comentarista esportivo, cronista, poeta e compositor. Iniciou a carreira bem cedo, aos 17 anos, apresentando um programa musical na Rádio Clube de Pernambuco.  


O autor mudou-se para o Rio de Janeiro em 1940, quando trabalhou como locutor esportivo da Rádio Ipanema, mas a temporada foi curta, sem muitas conquistas profissionais. Após esse período, o poeta passa uma temporada na Bahia, onde trabalha pela primeira vez como diretor, nas Emissoras Associadas. 
A segunda temporada do poeta na cidade maravilhosa é dotada de conquistas na carreira profissional: Antônio Maria é convidado para ser o primeiro diretor de produção da TV Tupi. Nessa época, o autor também escreve importantes crônicas em jornais como O Globo e O Jornal. Entre as principais, “A Noite É Grande’’ e “O Jornal de Antônio Maria.  
O samba foi uma marca registrada nas canções do autor, com 62 composições gravadas, e títulos como “O Amor e Rosa” e “Se eu Morresse Amanhã”. Além de grandes canções e parcerias no mundo da música, como o trabalho com o amigo Vinicius de Moraes, o poeta também compôs importantes jingles publicitários.   
Antônio Maria faleceu no ano de 1964, em Copacabana, vítima de um infarto. O compositor nos deixou uma obra rica em personalidade e grandes parcerias.

terça-feira, 2 de maio de 2017

QUEM FOI ASHBEL GREEN SIMONTON?

Após a Reforma protestante do Século XVI, a Igreja Presbiteriana do Brasil foi fundada pelo missionário Ashbel Green Simonton e hoje é a mais antiga denominação reformada do país. O fundador nasceu na Pensilvânia, em 1833, mas chegou ao Brasil no ano de 1859.  

O Rev. Simonton estudou no colégio de Nova Jersey e, durante essa época, decidiu viver o trabalho missionário fora de seu país. Sua postura inovadora foi fundamental para o surgimento do presbiterianismo no Brasil. 
A Igreja Presbiteriana do Brasil é formada por uma federação de igrejas, com uma teologia e um padrão de culto e de vida comunitária iguais.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

JOAQUIM CARDOSO: ENTRE A ENGENHARIA E A POESIA

Joaquim Cardoso percorreu os caminhos da poesia, da Engenharia e conseguiu ser um verdadeiro mestre nos dois extremos. O poeta nasceu em Recife, no ano de 1897. Iniciou os estudos no Ginásio Pernambucano e conviveu com poetas como Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto. Entre as suas principais obras estão o livro “Poemas” e obras teatrais como “O Coronel de Macambira” e “Poesias Completas” 

O autor é considerado um poeta pós-modernista e sua obra tem características como lirismo e introspecção. Os principais temas de suas obras são as tradições populares do Nordeste, com títulos como “Tarde no Recife” e “Imagens do Nordeste”. Foi também chargista dos jornais Diário da tarde e Diário de Pernambucano.  
O engenheiro ingressa nas ciências exatas em 1915, quando frequentou a Escola Livre de Engenharia de Pernambuco, mas levou 15 anos para concluir o curso em razão das dificuldades financeiras.  Trabalhou com o arquiteto Lúcio Costa e o paisagista Burle Marx, anos depois firmou uma parceria com o arquiteto Oscar Niemeyer. Com ele, realizou os cálculos estruturais do conjunto da Pampulha e de edifícios como o Palácio do Planalto e o Palácio da Alvorada.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

A POESIA DE CARLOS PENA FILHO: LIRISMO EM PALAVRAS

Carlos Pena Filho uniu musicalidade e lirismo em sua poesia. A referência das cores é um ponto característico de sua obra, com um interesse focado na cor azul.
O autor é considerado um dos mais importantes poetas pernambucanos do século XX e criou poesias eternas. 


Pena formou-se pela Faculdade de Direito do Recife e foi considerado um poeta político. Sua obra trouxe à tona essa formação, enfatizando aspectos sociais do Recife e Pernambuco. Versátil, compôs músicas de sucesso em parceria com Capiba. A composição mais importante, “A mesma rosa amarela”, foi gravada por vários artistas e participou do movimento Bossa Nova. 
Entre os destaques de sua obra está o soneto “Marinha”, publicado pelo Diário de Pernambuco, e seu livro, “O Tempo da Busca”. 
Infelizmente, a poesia de Carlos Pena foi calada por um trágico acidente de forma prematura. O poeta sofreu um acidente de carro e faleceu com apenas 31 anos de idade.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

O ESTILO PRÓPRIO DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO

João Cabral de melo Neto nasceu em Recife, viveu por alguns anos no Rio de Janeiro e ganhou o mundo como diplomata, passando por vários países. O pai do autor era um senhor de engenho recifense, por isso, o menino passou um bom tempo nos engenhos de açúcar. Por lá, criou uma paixão pela literatura de cordel e escreveu seus primeiros textos com a perspectiva nordestina. 


O autor é considerado um escritor da Geração de 45 ou Terceira fase modernista, já que viveu cronologicamente o período, mas criou um estilo próprio dotado de diversas influências. Sua obra e geração fugiram dos traços modernistas tradicionais, onde o conteúdo estava à frente da forma. 

A produção do escritor foi construída com rigor formal, estrutura fixa e versos rimados, totalmente livre do sentimentalismo encontrado no Romantismo. Os poetas Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes também influenciaram a obra de João Cabral de Melo Neto, inspirando uma poesia substantiva. 

O auto de Natal pernambucano “Morte e Vida Severina” foi uma importante marco na carreira do autor. Com características de musicalidade, ritmo e redondilhas, o poema propõe uma relação com os problemas sociais do Nordeste e teve seus versos musicados por Chico Buarque para uma adaptação teatral. A música foi regravada mais tarde e se tornou uma faixa do quarto álbum do artista. Além disso, inspirou o filme de mesmo nome dirigido por Zelito Viana. Entre as suas principais produções pode-se listar também “A Educação Pela Pedra” e “O Cão Sem Plumas”.   

segunda-feira, 3 de abril de 2017

A obra de Manuel Bandeira

O poeta pernambucano iniciou sua obra com a poesia parnasiana, mas a sua marca está registrada com o modernismo.  Nascido em Recife, Bandeira atuou como professor de literatura, tradutor, crítico literário e ocupou uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.


A poesia parnasiana - primeira escola literária explorada pelo autor - é marcada pela forma rígida e conceitos estéticos, fundamentos opostos ao modernismo, que desejava quebrar as barreiras engessadas da literatura clássica.
Com a passagem para o modernismo, o autor começa a explorar suas emoções e anseios, escrevendo textos mais emotivos. As lembranças sobre a infância eram temas bastante recorrentes em sua poesia, assim como o cotidiano. 
Bandeira sofreu com tuberculose durante muitos anos e sua poesia carregava o seu sofrimento. Temas como a morte a solidão são encontrados por diversas vezes.

Entre as suas obras podemos destacar o poema “Os Sapos”, lido na abertura da Semana de Arte Moderna de 1922, “A cinza das horas” e o eterno “Vou-me embora pra Pasárgada”, que segundo Bandeira, foi o poema de mais longa gestação de sua vida.